PLAC3 - ATIVIDADE2 - PRODUÇÃO DA NARRATIVA CONCLUSIVA DA TRAJETÓRIA DO CURSISTA NO CURSO (VERSÃO FINAL)
REGISTRO DO OLHAR, APRENDIZAGENS, EMOÇÕES,
DESCOBERTAS, CAMINHOS E POSSIBILIDADES PARA A CULTURA DIGITAL NA PRÁTICA
PEDAGÓGICA E NA ESCOLA
No dia vinte e cinco de
Agosto do ano de dois mil e catorze iniciou-se uma nova etapa de aprendizagem ofertada
aos profissionais da Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC, Curso de Especialização Educação na Cultura Digital. Com vários módulos de estudo ofertados iniciando pelo
PLAC1, dando sequencia ao PLAC2, NB1, NB2, Núcleo Específico e atualmente
estudando o PLAC3, todos com o objetivo de contribuir para formar educadores
para integrar, crítica e criativamente as tecnologias digitais de comunicação e
informação aos currículos escolares através de aspectos centrais de metodologia
que residem na articulação entre estudo, reflexão crítica e experiência.
No decorrer do
processo de estudos até aqui realizados e experiência de vida observou-se que tudo no mundo está sujeito a constantes
mudanças, e que a educação não pode ficar a mercê e precisa se inteirar nesse
processo, tendo em vista que as ações e transformações que acontecem na natureza
e sociedade se refletem profundamente no ambiente escolar, especialmente na
sala de aula, onde os alunos expressam a sua cultura, seus anseios, suas angústias,
sentimentos e conhecimentos sobre o mundo em que vivem.
Outro
ponto que considero relevante é a minha experiência ligada ao ensino com o uso
das TDIC de aproximadamente doze anos em Escolas da Rede Pública Estadual com
turmas do Ensino Fundamental. Esse período tem me proporcionado momentos
de avaliação sobre a importância que as DTIC têm no processo de ensino e
aprendizagem.
A minha
primeira experiência com o uso de tecnologias foi no dia sete de abril de
1995, quando na oportunidade iniciei com cursos de
Datilografia. Em 1999, superando a fase da máquina de escrever, comecei com
cursos na área de informática. No ano de 2001, fui chamada para
trabalhar em escola Pública Estadual com alunos do Ensino Fundamental em
projeto de Informática feito pela escola no contra turno. Paralelamente a este
trabalho iniciei a minha formação pedagógica pela Universidade Estadual de
Santa Catarina, UDESC.
Dando
continuidade as trajetórias estudantis, ingressei no curso de Pós Graduação Especialização
Educação Infantil, Séries Iniciais e Gestão Escolar, pela Faculdade de
Administração, Ciências, Educação e Letras AUPEX de Santa Catarina. No ano
de 2012 conclui o Curso de Especialização Mídias na Educação pela Faculdade
Federal do Rio Grande – FURG, do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2014 conclui o
Curso Especialização em Gestão Pública pela Universidade Federal de Santa
Catarina (IFSC). Em 2014 iniciei o Curso de Especialização Educação na Cultura
Digital, essa formação está trazendo profundas reflexões sobre a inserção das
TDIC no currículo escolar e no processo coletivo de ensino e aprendizagem. O
que me motivou a realizar esse curso foi a minha experiência pedagógica com o
uso da Mídia Informática de aproximadamente doze anos, além de querer buscar
formação para inovar e melhorar a prática pedagógica tive também a influência
de colegas de trabalho que acompanham o meu trabalho. A trajetória de estudo
até então percorrida foi além das expectativas e modificaram o meu pensar e
olhar frente ao meu trabalho em sala de aula.
Na escola Estadual Professor
Manuel de Freitas Trancoso onde trabalho 10 (dez) horas semanais com a
Disciplina de Ciências Tecnológicas que integra o Projeto Mais Educação, a
minha prática se dá com o uso das TDIC, discutimos e desenvolvemos as
atividades na sala e lousa para posterior desenvolvimento no computador.
Seguimos um planejamento
mensal que possibilita aos professores trabalharem interligados e em sintonia ao
projeto Mais Educação, inclusive os professores titulares para assim encaminhar
e definir os conteúdos e atividades a serem trabalhadas e que estão sendo
desenvolvidas.
Muitos ganhos, vivências e novas
possibilidades de inserção da Cultura Digital na prática pedagógica foram observados
no Coletivo da Escola. Porém, percebe-se ainda que a resistências relacionadas
ao uso das TDICS, especialmente do celular relacionado à falta de segurança e domínio
necessário com relação a aplicação dos conteúdos e interação entre a máquina e
com o aluno. Por outro lado, se verifica que esse processo de quebra de
paradigma e superação de barreiras gradativamente vem sendo superado e
alcançado através de capacitações e troca de experiências do grupo docente.
Procuro na prática
pedagógica diária fazer uso de todos os softwares que são parte do Linux
Educacional 4.0. Além da Internet, em sites educativos, pesquisas e vídeos,
indico aos alunos sites de pesquisa vinculados aos conteúdos, para que assim
não se percam no emaranhado mundo de informações disponíveis e para que possam
explorar ao máximo esse recurso de aprendizagem.
Nessa perspectiva o mundo
midiático oferece um emaranhado mundo de recursos audiovisuais que possibilitam
e permitem diferentes formas de ensino e aprendizagem, melhorando a compreensão
dos objetivos para além do coletivo da escola.
Adentrar no mundo de nossos
alunos implica em um novo olhar sobre a nossa prática pedagógica para com a sua
realidade. Trabalhar os conteúdos objetivando resultados que favoreçam o
desenvolvimento intelectual e profissional é um desafio para nos imigrantes
digitais, porém, imprescindível e relevante para os nativos digitais.
Nesse sentido, as nossas
práticas pedagógicas só serão modificadas se introduzirmos as TDIC de maneira
eficaz como recurso de aprendizagem. Os planejamentos, diálogos, pesquisas e a
cooperação em grupo assumem importantes dimensões na educação. Nesse contexto,
é necessário que a escola através de seus gestores invista em
condições favoráveis para o uso das tecnologias digitais, estimulando
e incentivando seus professores para inseri-las na sua prática e nos
planejamentos coletivos.
Destaco
a fala de Chagas (1980), quando foram realizados estudos e debates sobre a
profissão docente e que tinha o objetivo avaliar o trabalho dos professores quanto
ao enfoque no sistema econômico e social que estabelecia limitações ao discente
sobre a criticidade em relação aos temas propostos. A filosofia proposta pelos
professores não agregava liberdade crítica, apenas alienava o educando ao
sistema de interesse da elite, distanciando-se da realidade do aluno.
Biscaro
(2012) destaca que a identidade profissional docente de origem latina que
significa igualdade e continuidade, a qual nos faz compreender melhor a nossa
identidade pessoal, tem a responsabilidade de formar discentes capazes de
construir a sua própria história pessoal e profissional que dê sentido ao seu
trabalho a partir de relações sociais que estabelecem a sua autonomia
profissional.
Nesse
sentido, diante de uma nova realidade, os cenários da educação evoluíram, exigindo
a inserção de profundas mudanças que remetem principalmente ao uso das
ferramentas midiáticas e que permitem aproximar a realidade vivenciada pelos
alunos com a prática desenvolvida em sala de aula.
Diante deste contexto,
Abrir
a escola para o mundo é uma das condições para sua sobrevivência com dignidade,
nessa travessia de milênio. O novo espaço escolar é o planeta, porque a Terra
tornou-se nosso endereço, para todos. O avanço tecnológico ampliou o espaço
escolar. O novo paradigma educativo funda-se na condição planetária da
existência humana. (GADOTTI, 2000, p. 18).
Segundo
Gadotti (2000), é necessário que a equipe gestora e administrativa, juntamente
com o corpo discente promovam ações e mudanças no processo pedagógico para que os
nossos alunos se tornem elementos reflexivos e críticos diante da realidade e
desafios da vida, preparando-os melhor para viverem em sociedade e a serem
protagonistas do conhecimento histórico e cultural. Alerta para que a escola fique
atenta para acompanhar as mudanças que vem acontecendo no mundo e se insira
nesse processo, sempre que apresenta características e influências educativas.
É
perceptível no decorrer do curso a importância do trabalho coletivo na escola e
a inserção das tecnologias digitais em todas as disciplinas para que possamos
receber os nossos alunos em um ambiente renovado e resinificar as concepções
pedagógicas reencantando o seu papel e construindo algo que permaneça na escola
e nas ações coletivas.
Aprender
e ensinar na Cultura Digital implica na organização do tempo e espaço escolar,
superar novos desafios, cenários e sentidos, ser multiplicador da nova cultura
digital associando à teoria a prática.
A nossa escola no início do curso apresentava
grandes dificuldades para incorporar as TDIC na prática pedagógica em quase
todas as disciplinas, atualmente
verifica-se que estão a cada dia ocupando mais espaço no processo
ensino-aprendizagem.
Os
professores utilizam o computador para pesquisas e produções que complementam
os conteúdos de suas disciplinas. O multimídia para apresentações de trabalhos,
vídeos e filmes relacionados aos conteúdos das disciplinas. A Internet para
complementar o conteúdo do livro didático, baixar vídeos, filmes e produções
relacionadas aos conteúdos. O rádio para noticiários e através da música
trabalham a linguagem, movimento e relaxamento que auxiliam no processo da alfabetização.
A câmara filmadora é utilizada para fazer filmagens de comerciais, telejornais,
narrativas, documentários, e apresentações em geral. A câmara fotográfica é
utilizada para capturar fotos e fazer montagens, registros das atividades e
montagens de vídeos relacionados aos conteúdos.
Outro
ponto positivo a ser destacado são os Planejamentos coletivos onde se procura
ter sempre em pauta para discussão a formação continuada dos professores e a
importância de se inserir em nossos planejamentos e prática pedagógica
relacionada ao uso das TDIC, tendo em vista toda uma realidade imersa no mundo
digital.
A nossa
escola disponibiliza recursos tecnológicos suficientes para atender as necessidades
básicas do uso das TDIC na prática educativa. Alguns desafios são vivenciados,
a exemplo de poucos equipamentos, problemas técnicos, lentidão no processamento
dos programas de computadores, lentidão no acesso a Internet, equipamentos
velhos e desatualizados.
Por outro
lado, nos deparamos com muitas lembranças significativas e gratificantes na
prática pedagógica, especialmente quando os resultados são alcançados e percebidos
no dia a dia em sala de aula e no ambiente escolar. Verificarmos ainda em
épocas da Cultura Digital que há uma grande parcela de alunos ainda distantes
do mundo digital, essa distância e disparidade de conhecimento é percebido em
sala de aula, quando instigados a lidar com as tecnologias, a exemplo do
computador, celular e outras, o que nos remete inicialmente a todo um trabalho
instrutivo e técnico de uso dessas tecnologias para que posteriormente possamos
encaminhar atividades pedagógicas.
A escola
nesse sentido está fazendo a sua parte, conectando-se a nova Cultura Digital,
buscando soluções e melhorias junto aos órgãos competentes para proporcionar a
equipe docente melhores condições de trabalho com o uso das TDIC. Percebe-se
por parte dos professores que os alunos estão sendo instigados a usufruir
desses meios para ampliar os conhecimentos e socializar informações em rede. Os
Blogs, e-mails e site próprio da escola são alternativas interessantes para
ampliar a aprendizagem dos alunos e professores em rede, além da troca de
experiências, interação síncrona e assíncrona que permitem a participação e
interação coletiva e consequentemente ampliam e enriquecem a aprendizagem.
No decorrer do curso as
aprendizagens foram e continuam sendo significativas, possibilitam um entendimento
melhor sobre o uso das TDIC na prática pedagógica. Além de proporcionar
estratégias diferentes de ação pedagógica que orientam a trilhar por caminhos
diferentes a do uso do giz e quadro negro, da aula expositiva e do uso do livro
didático, promovendo novos processos de aprendizagens, além de oferecer
alternativas para superar as dificuldades ligadas à falta de tempo para planejamento
e organização das atividades com significações para os alunos.
Se inteirar com o novo, se
envolver com a realidade dos nossos alunos é missão do educador dinâmico,
responsável e comprometido com o fazer pedagógico. O caminho que estamos
percorrendo nos trará um suporte pedagógico sólido com contribuições e resultados
positivos no contexto pedagógico da escola em favor da Nova Cultura Digital e
sociedade como um todo.
A formação voltada à prática remete a uma certeza
de que para completar toda a produção de conhecimento com sucesso, e torná-la
prazerosa para o educando, é necessário à inserção da cultura digital a prática
curricular.
Desta forma, todas as atividades e conteúdos
propostos pelo curso contribuíram significativamente na construção de uma
consciência efetiva da importância das TDIC na prática escolar diante dos
desafios propostas pela cultura digital, iniciando assim uma superação de
conflitos entre os imigrantes digitais para com os nativos digitais.
.
REFERÊNCIAS
BISCARO, Lára Castegnaro.
Prática e investigação educativa I /
Lára Castegnaro Biscaro. - 2. ed. rev. e atual. - Joaçaba : Unoesc Virtual,
2012.
CHAGAS,
V. O ensino de 1º e 2º graus: antes,
agora e depois? (2. ed.) São Paulo: Saraiva, 1980: 385p.
GADOTTI, M. e colaboradores. Perspectivas atuais
da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
LUCENA,
C.J.P.; FUKS, H.: Professores e
aprendizes na Web: a educação na era da Internet. Org. Nilton Santos. Rio
de Janeiro: Clube do Futuro: 2000 , ISBN 85-88011-01-8.
LIBÂNEO, José Carlos. Conceito
de método de ensino. In: ____ Didática. São
Paulo: Cortez, 1991, p. 150.
___________.SANTA
CATARINA. Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. [Proposta
curricular de Santa Catarina: formação
integral na educação básica] / Estado de Santa Catarina, Secretaria de
Estado da Educação – [S.I.] : [S. n.], 2014. 192 p. : il. Color. ; 30 cm.
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